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Che Guevara

(1928 - 1967)

Ernesto Che Guevara - (1928 - 1967)

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"Não se trata de desejar êxito ao agredido mas sim de correr sua mesma sorte." Che Guevara, Mensagem aos Povos do Mundo, Abril de 1967.

"Che reunía como revolucionario, las virtudes que pueden definirse como la más cabal expresión de las virtudes de un revolucionario: hombre íntegro a carta cabal, hombre de honradez suprema, de sinceridad absoluta, hombre de vida estoica y espartana, hombre a quien prácticamente en su conducta no se le puede encontrar una sola mancha.

Constituyó, por sus virtudes, lo que puede llamarse un verdadero modelo de revolucionario. Nos dejó su pensamiento revolucionario, nos dejó sus virtudes revolucionarias, nos dejó su carácter, su voluntad, su tenacidad, su espíritu de trabajo. ¡En una palabra, nos dejó su ejemplo! Y el ejemplo del Che debe ser un modelo para nuestro pueblo, ¡el ejemplo del Che debe ser el modelo ideal para nuestro pueblo!"

Fidel Castro, 18 de Outubro de 1967.



El Nacedor

¿Por qué será que el Che tiene esta peligrosa costumbre de seguir naciendo? Cuanto más lo insultan, lo manipulan, lo traicionan, más nace. El es el más nacedor de todos.

¿No será porque el Che decía lo que pensaba, y hacía lo que decía? ¿No será que por eso sigue siendo tan extraordinario, en un mundo donde las palabras y los hechos muy rara vez se encuentran, y cuando se encuentran no se saludan, porque no se reconocen?

Eduardo Galeano


O texto aqui apresentado, traduzido como parte das comemorações do trigésimo aniversário da morte de Ernesto Che Guevara, é o Discurso pronunciado por ele na Conferência Mundial de Comércio e Desenvolvimento / ONU, Genebra, Suíça, em 25 de Março de 1964. Procurei dividir a difícil tarefa da escolha, entre os escritos de Che, do mais adequado à publicação. Muitos foram os amigos consultados no Brasil e em Cuba, além dos companheiros de redação da Revista Práxis. Cada um deles sugeriu e defendeu uma escolha diferente. O que mostra a personalidade multifacética do 'Comandante Guevara', seu internacionalismo militante, lucidez e atualidade. Apenas dois textos se repetiram nas preferências: o Discurso de Che na XIX Assembléia Geral da ONU, em 11 de Dezembro de 1964, e este. Assumo os 'riscos' dessa escolha final.

A biografia foi elaborada a partir de uma condensação de várias biografias. Para os leitores que desejarem conhecer mais profundamente a história do Che, preparei uma pequena bibliografia ao final deste trabalho.

Néliton Azevedo, editor

Nocturna (Canción sin tiempo)

[...]
Yo descubrí que el combatiente
es más honrado y más valiente
cuando no olvida la ternura
bajo la piel de su armadura
lo comprendí ante la hermosura
del lado claro de la luna

[...]

Daniel Viglietti
músico e cantor popular uruguaio.


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Obras de Che Guevara publicadas pela Revista Práxis na Internet



Biografia

Ernesto Guevara de la Serna
(Rosario-Argentina 1928 - La Higuera-Bolívia 1967)


"... Tenemos nuestra mente y nuestras manos llenas de la semilla de la aurora, y estamos dispuestos a sembrarla y a difundirla para que fructifique.
Así sea: que la libertad sea conquistada en esta tierra, en cada rincón de América!"

Che Guevara


Néliton Azevedo, editor


Discurso em Genebra


Ernesto Che Guevara
Conferência Mundial de Comércio e Desenvolvimento / ONU, Genebra, Suíça, em 25 de Março de 1964

Senhor Presidente, Senhores Delegados,


Fala a delegação de Cuba, país insular situado à boca do Golfo do México, no Mar do Caribe. Fala amparada nos múltiplos direitos que tem para chegar a este Fórum e proclamar a verdade. Fala em primeiro lugar como país que está realizando a gigantesca experiência da construção do socialismo; também o faz como país pertencente ao conjunto de nações latino-americanas, embora ações anti-jurídicas a tenham separado transitoriamente da organização regional, mercê da pressão e ação dos Estados Unidos da América. A relação geográfica indica que lhes fala um país subdesenvolvido que sofreu em sua carne as cicatrizes da exploração colonialista e imperial e que conhece a amarga experiência da opressão de seus mercados e de toda a sua economia ou, o que é o mesmo, da opressão de todo o seu aparato governamental, por um poder estrangeiro.

Cuba fala também na condição de país agredido.

Todas estas características são as que colocaram nossa nação nas primeiras páginas dos noticiários do mundo inteiro, apesar de sua pequenez, de sua escassa importância econômica e de sua pouca população.

Nesta Conferência, Cuba expressará sua opinião, através dos distintos prismas que configuram sua peculiar situação no mundo, mas baseará sua análise em sua condição mais importante e positiva: a de um país que constrói o socialismo.

Em sua condição de latino-americanos e subdesenvolvidos, se unirá às principais demandas dos países irmãos e em sua condição de agredido denunciará desde o primeiro momento todas as maquinações programadas pelo aparato de coesão do poder imperialista dos EUA.

Fotografia de Che Guevara

Antepusemos como introdução estas palavras explicativas, porque nosso país considera imprescindível definir exatamente os alcances da Conferência, seu significado e sua possível transcendência. Chegamos a esta reunião dezessete anos depois de realizada a Conferência de Havana, na qual se pretendia efetuar um ordenamento do mundo de acordo com os interesses competitivos das potências imperialistas. Apesar de Cuba ter sido o país sede daquela Conferência, nosso governo revolucionário não se sente comprometido no mais mínimo pelo papel que jogou um governo dependente dos interesses imperialistas, nem tampouco pelo conteúdo ou alcance da chamada Carta de Havana.

Nessa Conferência e na anterior, de Bretton Woods, se originaram uma série de organizações internacionais cuja ação foi nefasta para os interesses dos países dependentes do mundo contemporâneo. E, embora os EUA não ratificaram a Carta de Havana em virtude de considerá-la demasiado 'atrevida', os diversos organismos creditícios e financeiros internacionais e o acordo geral sobre tarifas aduaneiras de comércio, resultados concretos daquelas duas reuniões, demonstraram ser armas eficientes para a defesa de seus interesses e mais ainda, armas de ataque contra nosso país.

Estes são os temas que devemos tratar com mais amplitude mais adiante. Hoje o temário da conferência é mais amplo e mais realista, porque aborda, entre outros, três dos problemas cruciais do mundo contemporâneo: as relações entre o campo dos países socialistas e o dos países capitalistas desenvolvidos, as relações entre os países subdesenvolvidos e as potências capitalistas desenvolvidas e o grande problema do desenvolvimento para o mundo dependente.

O número de participantes nesta nova reunião supera com sobras o da efetuada em 1947, em Havana. Não podemos dizer, entretanto, com inteira justiça, que este seja o fórum dos povos do mundo. As estranhas interpretações jurídicas que todavia manejam com impunidade certas potências, faz com que faltem a esta reunião países de grande significação no mundo, como a República Popular da China, única e legítima representante do povo mais numeroso da humanidade e que seu lugar seja ocupado por uma falsa representação daquele povo que, para maior contradição, possui inclusive o direito de veto dentro das Nações Unidas.

É de se notar também que faltam aqui as representações da República Popular da Coréia e a República Democrática do Vietnã, autênticos governos de seus povos, embora estejam presentes os representantes dos governos da parte sul de ambos os Estados divididos e, aumentando as contradições, que, embora a República Democrática Alemã seja injustamente preterida, a República Federal Alemã, por via colateral, assiste a esta Conferência e tem uma vice-presidência. E, enquanto as repúblicas socialistas não estejam representadas aqui, o governo da União Sul-Africana, que viola a Carta das Nações Unidas com sua política inumana e fascista do apartheid, sancionada em suas próprias leis, e que desafia a ONU, negando-se a informar sobre os territórios que mantém em fideicomisso, ostenta um assento nesta sala.

Todas essas anomalias fazem com que a reunião não possa ser definida como o fórum dos povos do mundo. É nosso dever assinalá-lo, chamar a atenção dos presentes, pois enquanto se mantiver esse estado de coisas, a justiça estiver manejada por um punhado de interesses poderosos, as interpretações jurídicas seguirão se fazendo de acordo com a conveniência dos poderes opressores e será difícil eliminar a tensão imperante, o que entranha perigos certos para a humanidade. Destacamos também estes fatos para alertar sobre a responsabilidade que pesa em nossos ombros e sobre as conseqüências que podem se derivar das decisões que aqui se adotem. Um só momento de debilidade, de vacilação ou de compromisso, pode manchar nossas ações, aos olhos da história futura, assim como nós, os países membros das Nações Unidas, somos de certa maneira cúmplices e em certa medida temos as mãos manchadas com o sangue de Patrice Lumumba, primeiro ministro dos congoleses, assassinado miseravelmente no instante em que as tropas das Nações Unidas presumidamente garantiam a estabilidade do regime. Há que anotar o agravante de que haviam sido chamadas expressamente pelo mártir Patrice Lumumba.

Fatos de tal gravidade ou de alguma parecida a este, ou de significado negativo para as relações entre os povos, que comprometem nosso prestígio como nações soberanas, não devem permitir-se nesta Conferência.

Vivemos em um mundo que está profunda e antagonicamente dividido em grupos de nações que representam tendências econômicas, sociais e políticas muito diferentes. Neste mundo de contradições, se expressa como a fundamental em nossa época a que existe entre os países socialistas e os países capitalistas desenvolvidos. O fato de que a guerra fria, concebida pelo ocidente, vai demonstrando sua ineficiência prática e sua falta de realismo político, é um dos fatores que pressupõem esta Conferência. Mas por ser a mais importante contradição, não é, entretanto, a única. Existe também as contradições entre os países capitalistas desenvolvidos e os povos subdesenvolvidos do mundo e nesta Conferência para o Comércio e o Desenvolvimento, as contradições existentes entre estes grupos de nações, têm também uma importância fundamental. Além disso, existe a contradição própria entre os distintos países capitalistas desenvolvidos, que lutam constantemente entre si pelo reparto do mundo e a posse estável de seus mercados, que lhes permita um desenvolvimento amplo, baseado, desgraçadamente, na fome e na exploração do mundo dependente. Estas contradições são importantes, refletem a realidade atual do planeta e delas se desprende o perigo de novas conflagrações que podem adquirir caráter mundial na era atômica.

Nesta Conferência igualitária onde todas as nações poderão expressar, mediante seu voto, a esperança de seus povos, se se pode chegar a uma solução satisfatória para a maioria, se logrará dar um passo único na história do mundo. Apesar disso, existem muitas forças que se movem para evitar que isso suceda. A responsabilidade das decisões a tomar recai nos representantes dos povos subdesenvolvidos. Se todos os povos que vivem em condições econômicas precárias, dependentes de potências estrangeiras em algumas fases vitais de sua economia e de sua estrutura política e social, são capazes de resistir às tentações e oferecimentos feitos friamente, mas ao calor das circunstâncias, e impõem aqui um novo tipo de relações, a humanidade haverá dado um passo adiante.

Se, pelo contrário, os grupos de nações subdesenvolvidas, respondendo ao canto de sereia dos interesses das potências desenvolvidas que usufruem de seu atraso, entram em lutas estéreis entre si por disputar as migalhas no festim dos poderosos do mundo e rompem a unidade de forças numericamente superiores, ou não são capazes de impor compromissos claros, desprovidos de cláusulas de escape sujeitas a interpretações caprichosas ou, simplesmente violáveis à vontade dos poderosos, nosso esforço haverá sido baldio e as largas deliberações desta Conferência se traduzirão somente em documentos inócuos e em arquivos em que a burocracia internacional guardará zelosamente as toneladas de papel escrito e os quilômetros de fita magnética em que se recolham as opiniões verbais dos membros. E o mundo seguirá tal como está.

Tal é a caracterização desta Conferência e nela deverão dirimir-se, não só os problemas que trazem os domínios dos mercados e a deterioração dos termos de intercâmbio, mas também a causa mais importante de que este estado de coisas exista no mundo, a sujeição das economias nacionais dos países dependentes a outros mais desenvolvidos que mediante investimentos dominam os setores principais de sua economia.

Fotografia de Che Guevara durante sua Intervenção na Plenária da Conferência

Entendemos claramente, e o dizemos com toda a franqueza, que a única solução correta para os problemas da humanidade no momento atual, é a supressão absoluta da exploração dos países dependentes pelos países capitalistas desenvolvidos, com todas as conseqüências implícitas nesse fato. Viemos aqui com clara consciência de que se trata de uma discussão entre os representantes daqueles povos que suprimiram a exploração do homem pelo homem, daqueles países que a mantêm como filosofia de sua ação e do grupo majoritário dos que a sofrem, e devemos estabelecer o diálogo partindo da realidade destas afirmações.

Ainda quando nossa convicção seja tão firme que não existam argumentos para fazê-la variar, estamos dispostos ao diálogo construtivo no contexto da coexistência pacífica entre países de distintos sistemas políticos, econômicos e sociais. A dificuldade estrita de que todos saibamos ao que podemos aspirar sem ter que tomá-lo pela força e onde há que ceder um privilégio antes de que inevitavelmente o percamos pela força. Por este estreito e escabroso desfiladeiro deverá transitar a Conferência. Os desvios nos conduzirão a terreno estéreo.

Anunciamos, ao iniciar estas palavras, que Cuba falava também como país agredido. São de todos conhecidos os últimos fatos que fizeram de nosso país alvo das iras imperialistas e que desde antes de Playa Girón até hoje, o convertem em objeto de todas as repressões e todas as violações imagináveis do Direito Internacional. Não é por casualidade foi o cenário principalíssimo de um dos fatos que puseram em perigo mais grave a paz no mundo, como conseqüência de atos legítimos que realizou, amparada no direito de adotar as normas que a si mesma se traçara para o desenvolvimento de seu próprio povo.

As agressões dos EUA à Cuba se iniciaram praticamente apenas triunfada a Revolução. Em sua primeira etapa se caracterizou por ataques diretos aos centros produtores cubanos.

Posteriormente, essas agressões se caracterizaram por medidas dirigidas a paralisar a economia cubana. Tratou-se de privar a Cuba, a meados de 1960, do combustível necessário para o funcionamento de suas indústrias, seus transportes e suas centrais elétricas. Por pressão do Departamento de Estado, as companhias petrolíferas norte-americanas independentes se negaram a vender petróleo a Cuba ou a facilitar-lhe navios petroleiros para seu transporte. Pouco depois se tratou de privá-la das divisas necessárias para seu comércio exterior. Em 6 de Julho de 1960 o então presidente Eisenhower reduziu 700 mil toneladas da cota açucareira de Cuba nos Estados Unidos, suprimindo-se totalmente essa cota em 31 de Março de 1961, poucos dias depois da anunciada Aliança para o Progresso e dias antes de Playa Girón. Tentou-se paralisar a indústria cubana privando-a de matérias primas e peças de reposição para suas máquinas, ditando-se, com essa finalidade em 19 de Outubro de 1960, pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos, uma resolução proibindo o embarque à nossa ilha de numerosos produtos. Esta proibição de comércio com Cuba se foi intensificando até que em 3 de Fevereiro de 1962 o então presidente Kennedy decretou um embargo total ao comércio dos Estados Unidos com Cuba.

Fracassadas todas as agressões, Estados Unidos passou a aplicar o bloqueio econômico contra nossa pátria dirigido a impedir o intercâmbio comercial de outros países com o nosso. Primeiramente, em 24 de Janeiro de 1962, o Departamento do Tesouro norte-americano anunciou que se proibia a entrada nos Estados Unidos de qualquer produto elaborado em todo ou em parte com produtos de origem cubana, mesmo fabricados em qualquer outro país. Em um novo passo que significava a implantação de um bloqueio econômico virtual, em 6 de Fevereiro de 1963, a Casa Branca emitiu um comunicado anunciando que as mercadorias compradas com dinheiro do governo norte-americano não seriam embarcadas em navios de bandeira estrangeira que houvessem mantido relação comercial com Cuba depois de primeiro de Janeiro desse ano. Iniciou-se assim a lista negra que chegou a abarcar mais de 150 navios de países que não se ligaram ao ilegal bloqueio yanqui. E, em outro caso, para dificultar o intercâmbio comercial a Cuba, em 18 de Julho de 1963 o Departamento do Tesouro dos EUA estabeleceu o congelamento de todos os títulos cubanos em território norte-americano e a proibição de toda transferência de dólares para ou desde Cuba, assim como qualquer outro tipo de transação de dólares efetuada através de terceiros países.

- Senhor Presidente, Não se podia exigir que cessem as pancadas que estão impedindo a audição? ...

Em sua obsessão por agredir-nos, na Trade Expansion Act se exclui especificamente o nosso país das supostas vantagens que se atribuem a essa lei. Neste ano continuam as agressões: em 18 de Fevereiro de 1964, os Estados Unidos anunciaram haver suspendido a ajuda à Grã-Bretanha, França e Iugoslávia por continuarem comerciando com Cuba. E o Secretário de Estado Dean Rusk declarou textualmente:

"Ao mesmo tempo, não pode haver melhoria nas relações com China Comunista, enquanto incita e apoia agressões no sudoeste asiático, nem com Cuba, enquanto representa uma ameaça ao Hemisfério Ocidental. Esta ameaça pode terminar para a satisfação de Washington, somente com o derrube do regime de Castro pelo povo cubano. Consideramos esse regime temporário."

Cuba desafia aqui à delegação do Governo dos Estados Unidos para que diga se as ações que pressupõem estas e outras declarações similares e os fatos anteriormente relatados, estão ou não em desacordo com a convivência no mundo atual, e se a série de agressões econômicas cometidas contra nossa ilha e contra outros países que com ela comerciam, são legítimas segundo o sentir da delegação norte-americana. Se esta atitude está em desacordo ou não com o princípio do organismo que nos convoca, de praticar a tolerância entre os Estados e com a obrigação que se impõe aos países que ratificaram sua Carta de solucionar pacificamente suas controvérsias; se esta atitude está contra ou não o espírito desta reunião em favor do cessar das discriminações de todos os tipos e do desaparecimento das barreiras entre países com distintos sistemas sociais e graus de desenvolvimento. E pedimos a esta Conferência que se pronuncie sobre a explicação pertinente, se é que a delegação dos Estados Unidos se atreve a fazê-la. De nossa parte, manteremos nossa única posição a respeito. Estamos dispostos ao diálogo, sempre que seja sem condições prévias.

Desde que se firmou a Carta de Havana, até os nossos dias, no terreno do comércio e desenvolvimento econômico se sucederam fatos de indubitável transcendência: em primeiro lugar, devemos anotar a expansão do campo socialista e o desmoronamento do sistema colonial. Hoje numerosos países, com uma superfície que supera os 30 milhões de quilômetros quadrados e uma população que alcança um terço do total mundial, elegeram como sistema de desenvolvimento o da construção da sociedade comunista e como filosofia de sua ação o marxismo-leninismo. Outros expressaram já sua vontade de estabelecer as bases da construção do socialismo, ainda quando não abraçam diretamente a filosofia marxista-leninista. Europa, Ásia e agora África e América são continentes sacudidos pelas novas idéias do mundo.

O campo socialista se desenvolveu ininterruptamente a taxas de crescimento muito mais altas que as dos países capitalistas, apesar de haver partido, em geral, de graus de desenvolvimento bastante pobres e de haver suportado guerras de extermínio e bloqueios estritos.

Contrastando com o impetuoso crescimento dos países do campo socialista, e o desenvolvimento, embora a muito menor ritmo, da maioria dos países capitalistas, existe o fato indubitável do estancamento total de uma grande parte dos países chamados subdesenvolvidos, que apresentam, às vezes, inclusive taxas de crescimento econômico inferiores ao crescimento demográfico.

Estas características não são casuais. Respondem estritamente à natureza do sistema capitalista desenvolvido em plena expansão que transfere aos países dependentes as formas mais abusivas e menos disfarçadas da exploração.

Desde fins do século passado, esta tendência expansionista e agressiva se traduziu em inúmeras agressões a distintos países dos continentes mais atrasados, mas, fundamentalmente, se está traduzindo na atualidade no controle por parte das potências desenvolvidas da produção e comércio de matérias primas nos países dependentes. Em geral, se manifesta pela dependência que um dado país tem de um só produto básico que, por sua vez, vai para um mercado determinado nas quantidades limitadas às necessidades do mesmo.

É a penetração dos capitais dos países desenvolvidos, a condição essencial para estabelecer a dependência econômica. Esta penetração adquire diversas formas. Apresenta-se como empréstimos em condições onerosas, investimentos que sujeitam a um país dado aos investidores, dependência tecnológica quase absoluta do país dependente para com o país desenvolvido, controle do comércio exterior pelos grandes monopólios internacionais e por último extremo, utilização da força como arma econômica para reforçar as outras formas de exploração.

Às vezes esta penetração adquire formas mais sutis como a utilização dos organismos internacionais, financeiros, creditícios e de outros tipos. O Fundo Monetário Internacional, o Banco Internacional de Reconstrução e Fomento, o GATT e, em nossa América, o Banco Interamericano de Desenvolvimento são exemplos de organismos internacionais postos ao serviço das grandes potências capitalistas, fundamentalmente do imperialismo norte-americano. Eles interferem na política econômica interna, na política de comércio exterior e em todas as formas financeiras de relações internas entre os povos.

O Fundo Monetário Internacional é o cão Cérbero do dólar no campo capitalista. O Banco Internacional de Reconstrução e Fomento é o instrumento de penetração dos capitais norte-americanos no mundo subdesenvolvido, e o Banco Interamericano de Desenvolvimento cumpre essa triste função no âmbito do continente americano. Todos estes organismos se regem por regras e princípios aos que se pretende apresentar como salvaguardas da equidade e reciprocidade nas relações econômicas internacionais, quando, em realidade, não são senão fetiches atrás dos quais se encobrem os instrumentos mais sutis para a perpetuação do atraso e da exploração. O Fundo Monetário Internacional, velando supostamente pela estabilidade dos tipos de câmbio e a liberalização dos pagamentos internacionais, não faz senão impedir as medidas mínimas de defesa dos países subdesenvolvidos frente à competição e penetração dos monopólios estrangeiros.

Enquanto impõe os chamados programas de austeridade e combate as formas de pagamento necessárias para a expansão do comércio entre países que sofrem uma situação crítica em sua balança de pagamentos e de severas discriminações no comércio internacional, trata desesperadamente de salvar o dólar de sua precária situação, sem entrar ao fundo dos problemas de estrutura que afligem o sistema monetário internacional e que obstruem uma mais rápida expansão do mercado mundial.

Fotografia de Che Guevara observando os conferencistas

O GATT, por sua parte, ao estabelecer o trato igual e as concessões recíprocas entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos, contribui para a manutenção do status quo e serve aos primeiros, e seu mecanismo não provê os meios necessários para a eliminação do protecionismo agrícola, das subvenções, das tarifas de importação e outros obstáculos que impedem o incremento das exportações dos países dependentes. Por mais que agora tenha seu chamado "programa de ação" ou, recentemente, por suspeita coincidência, comece o round Kennedy.

Para reforçar a dominação imperialista recorreu-se ao estabelecimento de áreas preferenciais como forma de exploração e controle neocolonial. Podemos falar disso com profundo conhecimento de causa, por havermos sofrido em nossa carne os resultados dos acordos preferenciais cubano-norte-americanos, que manietaram nosso comércio, colocando-o à disposição dos monopólios norte-americanos.

Nada melhor para expor o que esses preferenciais significaram para Cuba que citar o juízo que mereceu ao embaixador dos EUA, Sumner Welles, o tratado de reciprocidade comercial, gestado em 1933 e assinado em 1934:

"...O Governo cubano por sua vez nos garantiria o monopólio do mercado cubano para as importações norte-americanas com o único senão de que em vista do fato de que a Grã-Bretanha era o principal cliente de Cuba para aquela porção das exportações açucareiras que não vai aos EUA, o Governo cubano desejaria conceder certas vantagens a uma limitada categoria de importações procedentes da Grã-Bretanha. [...] Finalmente, a negociação neste momento do acordo comercial recíproco com Cuba sobre as linhas antes indicadas, não somente reforçaria Cuba, mas nos daria o controle prático do mercado que temos estado perdendo continuamente durante os dez anos passados, não só para nossos produtos manufaturados, mas para nossas exportações agrícolas, e de modo notável em categorias como trigo, gorduras animais, derivados de carne, arroz e batatas."

Os resultados do citado tratado de reciprocidade comercial confirmaram o juízo do embaixador Welles.

Nosso país devia sair com seu produto fundamental, o açúcar, a recolher divisas pelo mundo inteiro para estabelecer o equilíbrio da balança com os Estados Unidos e as tarifas especiais impostas impediam que os produtores de outros países europeus ou os próprios produtores nacionais pudessem competir com os norte-americanos.

Basta citar umas cifras para provar este papel que Cuba jogava de buscar divisas pelo mundo todo para os Estados Unidos. No período de 1948-57, Cuba teve um persistente saldo comercial negativo com os EUA, chegando a um total de 328,7 milhões de pesos, enquanto que com o resto do mundo seu balanço comercial foi constantemente favorável, chegando a um total de 1.274,6 milhões. E o balanço de pagamentos no período de 1948-58, foi todavia mais eloqüente. Cuba teve um balanço positivo com o mundo, exceto EUA, de 543,9 milhões de pesos que perdeu para as mãos de seu vizinho rico com o que teve um saldo negativo de 952,1 milhões de pesos, o que determinou uma redução das reservas de divisas em 408,2 milhões de pesos, equivalentes a dólares.

A chamada Aliança para o Progresso é outra demonstração palpável dos métodos fraudulentos usados pelos Estados Unidos para manter falsas esperanças nos povos, enquanto a exploração de agudiza.

Quando nosso Primeiro Ministro Fidel Castro, em Buenos Aires, em 1959, assinalou uma necessidade mínima adicional de 3 bilhões de dólares anuais de investimentos externos para financiar um ritmo de desenvolvimento que em verdade reduzisse a abismal diferença que separa a América Latina dos países desenvolvidos, muitos pensaram que o valor era incabível. Em Punta del Este, todavia, já se prometem 2 bilhões anuais. Hoje se reconhece que somente a perda pela deterioração dos termos do intercâmbio em 1961 (último ano disponível para nós) requereria para sua compensação uns 30% anuais mais que os hipotéticos fundos prometidos. E se dá a situação paradoxal de que enquanto os empréstimos não chegam ou chegam destinados a projetos que pouco ou nada contribuem para o desenvolvimento industrial da região, se transferem quantidades crescentes de divisas aos países industrializados, o que significa que as riquezas conseguidas com o trabalho dos povos que em sua maioria vivem no atraso, na fome e na miséria, são desfrutadas pelos círculos capitalistas. Assim, em 1961, de acordo com as cifras da CEPAL, saíram da América Latina na forma de ganho das inversões estrangeiras e remessas algo como 1,735 bilhões de dólares e na forma de pagamentos das dívidas externas a curto e longo prazos 1,456 bilhões de dólares. Se a isso se agrega a perda indireta no poder de compra das exportações (ou deterioração dos termos de intercâmbio) atingindo a 2,66 bilhões de dólares em 1961, e 400 milhões pela fuga de capitais, se tem um volume global de mais de 6,2 bilhões de dólares, isto é, mais de três Alianças para o Progresso anuais. De tal maneira que, se a situação para 1964 não piorou mais ainda durante os três meses de sessões desta Conferência, os países da América Latina incorporados à Aliança para o Progresso perderão direta ou indiretamente quase 1,6 bilhões de dólares das riquezas criadas mediante o trabalho de seus povos. Como contrapartida, os anunciados fundos, durante o ano puderam chegar, com otimismo, apenas à metade dos 2 bilhões prometidos.

A experiência da América Latina quanto aos resultados reais deste tipo de "ajuda", que se coloca como mais acertada e como o melhor remédio para melhoras os ingressos externos, em vez de fazê-lo diretamente elevando o volume do valor das exportações e modificando sua estrutura, é triste. Por isso deve ser instrutivo para outras regiões e para o mundo subdesenvolvido em geral. Hoje, essa região não só está praticamente estancada em seu crescimento, mas se vê assolada pela inflação e o desemprego e gira no círculo vicioso do endividamento externo, suportando tensões que se resolvem, às vezes, pela luta armada. Cuba denunciou em seu momento estes fatos e predisse seus resultados, anunciando que rechaçava qualquer outra implicação que a emanada de seu exemplo e de seu apoio moral. O desenrolar dos acontecimentos nos dá razão. A Segunda Declaração de Havana demonstra sua vigência histórica.

Este complexo de fenômenos analisados para a América Latina, mas válidos para todo o mundo dependente, tem como resultado garantir às potências desenvolvidas a manutenção de condições de comércio que provocam a deterioração dos termos de intercâmbio entre os países dependentes e os desenvolvidos.

Este aspecto, um dos mais evidentes e que não pôde ser encoberto pela maquinaria da propaganda capitalista, é outro dos fatores que provocam a reunião a que assistimos. Nós havíamos preparado uma pequena tabela, mas as recentes palavras do senhor Secretário Geral da Conferência, com cifras abrumadoras, nos relevam de apresentar aqui este modestíssimo trabalho que não significa nenhum aporte, mas somente mostrar algumas cifras.

Muitos países subdesenvolvidos, analisando seus males, chegam à conclusão em bases aparentemente lógicas: expressam que sua deterioração dos termos de intercâmbio é uma realidade objetiva e base da maioria dos problemas, devido à deflação dos preços das matérias primas que exportam e a subida dos preços dos produtos manufaturados que importam, tudo isso no âmbito do mercado mundial, ao realizar-se as relações comerciais com os países socialistas na base dos preços vigentes nestes mercados, estes se beneficiam com o estado de coisas existente, já que são, em geral, exportadores de manufaturas e importadores de matérias primas.

Nós devemos contestar honesta e valentemente que isso é assim; mas com a mesma honestidade se deve reconhecer que aqueles países não provocaram esta situação (apenas absorvem 10% das exportações de produtos primários dos países subdesenvolvidos em relação ao resto do mundo), e que, por circunstâncias históricas, se viram obrigados a comerciar nas condições existentes no mercado mundial, produto do domínio imperialista sobre a economia interna e os mercados externos dos países dependentes. Não são estas as bases sobre as quais os países socialistas estabelecem seu comércio a longo prazo com os países subdesenvolvidos. Existem numerosos exemplos, entre os quais, especialmente, se encontra Cuba. Quando nosso status social mudou e nossas relações com o campo socialista adquiriu outro grau de confiança mútua, sem deixar de ser subdesenvolvidos, estabelecemos relações de um novo tipo com os países desse campo. A mais alta expressão destas relações são os acordos sobre o preço do açúcar com a União Soviética, mediante os quais aquela potência irmã se compromete a adquirir quantidades crescentes de nosso produto básico a preços estáveis. E justos, já conveniados até o ano 1970.

Não há que esquecer tampouco que existem países subdesenvolvidos de diferentes condições e que mantêm diferentes políticas para com o campo socialista. Existem alguns, como Cuba, que elegeram o caminho do socialismo.

Existem os que têm um relativo desenvolvimento capitalista e estão iniciando a produção exportável de produtos manufaturados. Existem os que têm relações neocoloniais, e os com estrutura quase absolutamente feudais e outros que, desafortunadamente, não participam em conferências desse tipo, porque os países desenvolvidos não lhes concederam a independência a que os povos aspiram, como a Guiana Inglesa, Porto Rico e outros, em nosso continente, na África e Ásia. Salvo no primeiro desses grupos, a penetração dos capitais estrangeiros se fez sentir de uma maneira ou de outra e as demandas que hoje se fazem aos países socialistas devem estabelecer-se sobre a base real de que se dialoga, em alguns casos, de país subdesenvolvido a país desenvolvido, mas, quase sempre se estabelece o diálogo de país discriminado a país discriminado. Em muitas oportunidades, os mesmos países que reclamam um tratamento preferencial unilateral aos países desenvolvidos, sem exclusão, considerando, portanto, neste campo aos países socialistas, põem travas de todo tipo ao comércio direto com aqueles Estados, existindo o perigo de que pretendam comerciar através de subsidiárias nacionais das potências imperialistas que puderam obter assim lucros extraordinários, pela via da apresentação de um país dado como subdesenvolvido com direito à obtenção de preferências unilaterais.

Se não queremos fazer naufragar esta Conferência, devemos manter-nos rigidamente dentro dos princípios.

Como país subdesenvolvido, devemos falar da razão que nos acompanha. Em nosso caso particular como país socialista, podemos falar também da discriminação que se realiza contra nós, não só por parte de alguns países capitalistas desenvolvidos, mas também por países subdesenvolvidos que respondem consciente ou inconscientemente aos interesses do capital monopolista que assumiu o controle fundamental de sua economia.

Não acreditamos que a atual relação de preços no mundo seja justa, não é a única injustiça que existe. Existe a exploração direta de uns países por outros, existe a discriminação entre países atendendo a suas diferentes estruturas econômicas, existe, como indicamos, a penetração de capitais estrangeiros que chegam a controlar a economia de um país em seu benefício próprio. Se somos conseqüentes ao fazer petições aos países socialistas desenvolvidos, devemos também anunciar as medidas que vamos tomar para que cessem a discriminação e, ao menos, as formas mais ostensivas e perigosas da penetração imperialista.

Conhecida é a discriminação que se realizou no comércio pelas metrópoles imperialistas aos países socialistas com a finalidade de impedir seu desenvolvimento. Às vezes adquiriu formas de verdadeiro bloqueio, o que se mantém em grau quase absoluto contra a República Democrática Alemã, a República Popular da China, a República Popular Democrática da Coréia, a República Democrática do Vietnã e a República de Cuba por parte dos imperialistas norte-americanos.

É conhecido de todos como esta política falhou e como outros poderes que, em princípio seguiram aos Estados Unidos, se foram pouco a pouco separando desta potência com a intenção de conseguir seus próprios benefícios. A estas alturas, o fracasso desta política é mais que evidente.

Também se efetuou discriminações no comércio dos países dependentes e os países socialistas, com o fim fundamental de que os monopolistas não perdessem seu campo de exploração e ao mesmo tempo reforçassem o bloqueio ao campo socialista. Esta política também está fracassando e cabe refletir se é lógico seguir atado a interesses estrangeiros condenados historicamente ou se é hora de romper todas as travas ao comércio e ampliar os mercados na área socialista.

Ainda se mantêm as distintas formas de discriminação que obstaculizam o comércio e permitem o manejo mais cômodo, por parte dos imperialistas, de uma série de produtos básicos e de uma série de países que os produzem. É simplesmente ridículo, na era atômica, dar o caráter de material estratégico e impedir o comércio de alguns produtos como cobre e minerais.

Entretanto, essa política se manteve e se mantém todavia. Fala-se também de supostas incompatibilidades entre o monopólio estatal de comércio exterior e as formas de comércio adotadas pelos países capitalistas, e por isso se estabelecem relações discriminatórias, cotas etc., manobras nas quais o GATT tem jogado um papel preponderante sob a aparência formal de lutar contra as relações injustas.

A discriminação ao comércio estatal serve não só de arma contra os países socialistas, mas também vai encaminhada a impedir que os países subdesenvolvidos adotem uma das medidas mais urgentes para realizar seu poder de negociação no mercado internacional o contrapor a ação dos monopólios.

A suspensão da ajuda econômica por parte dos organismos internacionais àqueles países que adotam o sistema socialista de governo é outra variação do mesmo tema. O ataque do Fundo Monetário Internacional aos convênios bilaterais de pagamento com os países socialistas e a imposição aos seus membros mais débeis de uma política contrária a essa forma de relação entre os povos, tem sido o "pão nosso de cada dia" nos últimos anos.

Como já assinalamos, todas estas medidas discriminatórias impostas têm a dupla intenção de bloquear o campo socialista e de reforçar a exploração dos países subdesenvolvidos.

Assim como é certo que os preços atuais são injustos, também o é que estes estejam condicionados pela limitação monopolista dos mercados e o estabelecimento de relações políticas que fazem da livre concorrência uma palavra de significado unilateral, livre concorrência para os monopólios, raposa livre entre galinhas livres. Se abrissem os amplos e crescentes mercados dos países do campo socialista, ainda sem considerar os acordos que podem emanar dessa Conferência, estes contribuirão ao aumento dos preços das matérias primas. O mundo tem fome, mas não tem dinheiro para comprar comida e paradoxalmente, no mundo subdesenvolvido, no mundo da fome, se desalentam possíveis expansões da produção de alimentos para manter preços, isto é, para poder comer. É a lei inexorável da filosofia do despojo que deve cessar como norma de relações entre os povos.

Existe, além, a possibilidade de que alguns países subdesenvolvidos exportem manufaturas aos países capitalistas e, inclusive, de que façam acordos a longo prazo para lograr o melhor aproveitamento das riquezas naturais de alguns povos e a especialização em determinados ramos industriais que lhes permitam participar no comércio do mundo como países produtores de manufaturas.

Tudo isso se pode complementar mediante a outorga de créditos a longo prazo para o desenvolvimento das indústrias ou ramos industriais de que falamos, mas deve considerar-se sempre que existem certas medidas nas relações entre os países socialistas e os subdesenvolvidos que não podem ser tomadas unilateralmente.

Se dá o estranho paradoxo de que, enquanto as Nações Unidas prevêem, em seus informes, tendências deficitárias no comércio exterior dos países subdesenvolvidos e o Secretário Geral da Conferência, doutor Prebish, enfatiza os perigos que entranham a manutenção desse estado de coisas, todavia se fala da possibilidade e, em alguns casos, como o dos materiais chamados estratégicos, da necessidade da discriminação a certos Estados por pertencer ao campo dos países socialistas.

Todas estas anomalias podem produzir-se pelo fato certo de que os países subdesenvolvidos, na etapa atual da humanidade, são o campo de batalhas de tendências econômicas que abarcam vários períodos da história. Em alguns existe o feudalismo; em outros, as burguesias nascentes, débeis todavia, devem afrontar a dupla pressão dos interesses imperialistas e de seu proletariado, que luta por uma mais justa distribuição dos ingressos. Nesta disjuntiva, algumas burguesias nacionais mantiveram sua independência ou encontraram certa forma de ação comum com o proletariado; mas outra parte delas fez causa comum com o imperialismo, se converteram em seus apêndices, seus agentes, e transmitiram essa qualidade aos governos que as representam.

É preciso advertir que esse tipo de dependência, usada com habilidade, pode por em perigo o sucesso de avanços sérios na Conferência, mas também que as vantagens que estes governos obtenham no dia de hoje como preço da desunião, serão pagas com aumento no dia de amanhã, quando devam afrontar, solitários, suportando além disso a hostilidade de seus próprios povos, o embate monopolista que não tem outra lei que o lucro máximo.

Temos feito a análise superficial das causas e conseqüências das contradições entre o campo socialista e o imperialista e entre o campo dos países explorados e dos exploradores.

Aqui existem dois perigos claros para a paz no mundo. Mas também há que assinalar que o auge crescente de alguns países capitalistas e sua expansão fatal na busca de novos mercados, condicionou câmbios na correlação de forças entre eles e tensões muito dignas de se ter em conta para a preservação da paz mundial.

Recorde-se que as duas últimas guerras mundiais se iniciaram pelos choques entre potências desenvolvidas que não encontraram outro caminho de solução que a força. A todas as luzes se estão observando uma série de fenômenos que demonstram a agudização crescente dessa luta. Isso pode trazer perigos reais para a paz no mundo no futuro, mas torna-se fartamente perigoso para o desenvolvimento harmônico desta Conferência no dia de hoje: existe uma clara distribuição de esfera de influência entre os Estados Unidos e outras potências capitalistas desenvolvidas que abarcam os continentes atrasados e em alguns casos a Europa. Se essas influências têm tal força que possam converter o campo dos países explorados em cenário de batalhas cujos contendores lutem em aras do benefício das potências imperialistas, a Conferência terá naufragado.

Cuba considera, ao igual que se expressa na declaração conjunta dos países subdesenvolvidos, que os problemas do comércio de nossos países são bem conhecidos e que o que se requer é a adoção de princípios claros e uma atuação concreta que leve ao estabelecimento de uma nova era no mundo. Considera também que a declaração de princípios apresentada pela URSS e outros países socialistas, constitui uma base correta para iniciar o diálogo e a apoia plenamente. Igualmente, nosso país apoia aquelas medidas planejadas na reunião de experts, em Brasília, que se traduz na aplicação conseqüente dos princípios que propugnamos e que exporemos a seguir.

Cuba faz uma definição prévia: não devemos vir implorar ajuda, devemos exigir justiça, mas não a justiça sujeita às falazes interpretações que sempre vimos triunfar nas reuniões de organismos internacionais; justiça que quiçá os povos não saibam definir em termos jurídicos, mas cujo anseio brota desde o fundo de espíritos oprimidos por gerações de exploração.

Cuba afirma que deva surgir desta Conferência uma definição de comércio internacional como incremento idôneo para o mais rápido desenvolvimento dos povos subdesenvolvidos e discriminados e que esta definição deve conter a eliminação de todas as discriminações e diferenças, ainda as que emanam do suposto trato igualitário. O tratamento deve ser eqüitativo, e equidade não é, neste caso igualdade. Equidade é a desigualdade necessária para que os povos explorados alcancem um nível de vida aceitável. Devemos deixar estabelecidas aqui as bases para a implantação de uma nova divisão internacional do trabalho, mediante o aproveitamento pleno de todos os recursos naturais de um país, elevando progressivamente o grau de elaboração até as mais complexas formas de manufatura.

Igualmente, a nova divisão do trabalho deverá lograr-se através da restituição dos mercados para os produtos tradicionais de exportação dos países subdesenvolvidos que lhes foram arrebatados pelas medidas artificiais de proteção e estímulo à produção dos países desenvolvidos e uma participação justa nos futuros aumentos do consumo.

Esta Conferência deverá recomendar formas concretas de regulamentação sobre o uso dos excedentes de produtos básicos, impedindo que se transformem em forma de subsídios à exportação de países desenvolvidos em detrimento das exportações tradicionais dos países subdesenvolvidos ou em instrumento de penetração de capitais externos em um país subdesenvolvido. Resulta inconcebível que os países subdesenvolvidos que sofrem as enormes perdas da deterioração das condições de intercâmbio, que através da sangria permanente das remessas de lucros amortizaram com ganhos o valor das inversões das potências imperialistas, tenham que afrontar a carga crescente do endividamento e de sua amortização, enquanto se desconhecem suas mais justas demandas. A delegação de Cuba propõe que, até que os preços dos produtos que exportam os países subdesenvolvidos não hajam alcançado um nível que restitua as perdas sofridas na última década, se suspendam todos os pagamentos por dividendos, juros e amortizações.

Deve estabelecer-se bem claro o perigo que existe para o comércio e a paz do mundo as inversões de capital estrangeiro que dominem a economia de um país qualquer, a deterioração dos termos de intercâmbio, o controle dos mercados de um país por outro, as relações discriminatórias, ou o uso da força como instrumento de convicção.

Esta Conferência deve assim mesmo deixar claramente estabelecido o direito de todos os povos a uma irrestrita liberdade de comércio e a proibição a todos os países signatários do acordo que dela emane, de restringi-lo em qualquer forma, direta ou indiretamente.

Estará claramente estabelecido o direito de todos os países à livre contratação de sua carga marítima ou aérea e ao livre trânsito pelo mundo sem obstáculos de nenhuma espécie.

Deve-se condenar a aplicação do estímulo de medidas de caráter econômico utilizadas por um Estado para forçar a liberdade soberana de outro ou obter deste vantagens, de qualquer natureza, do colapso de sua economia.

Para tudo o que antecede, é necessário o total exercício do princípio de autodeterminação que consagra a Carta das Nações Unidas e a reafirmação do direito dos Estados a dispor de seus recursos, a dar-se a forma de organização econômica e política que mais lhe convier e a escolher suas próprias vias de desenvolvimento e especialização da atividade econômica, sem ser por isso objeto de represálias de nenhum tipo.

A Conferência deve adotar medidas para incrementar a criação de organismos financeiros, creditícios e alfandegários, cujas normas se baseiem na igualdade irrestrita, na justiça e a equidade e que substituam os atuais organismos obsoletos desde o ponto de vista funcional, e condenáveis desde o ponto de vista de seu objetivo concreto.

Para garantir a total disposição dos recursos de um povo para si próprio, é necessário condenar a existência de bases estrangeiras, a permanência, transitória ou não, de tropas estrangeiras em um dado país, sem seu consentimento, e a manutenção do regime colonial por parte de algumas potências capitalistas desenvolvidas.

Para todos esses efeitos, é necessário que a Conferência chegue ao acordo, e assente as bases firmes da constituição de uma organização internacional de comércio, regida pelo princípio da igualdade e universalidade de seus membros, e que tenha a suficiente autoridade para tomar decisões que devam ser respeitadas por todos os países signatários, borrando a prática de manter afastados desses foros, os países que tenham obtido a libertação depois do estabelecimento das Nações Unidas, e cujos sistemas sociais não sejam do agrado de determinados poderosos do mundo. Só a constituição de um organismo do tipo apontado que suplante aos atuais organismos que servem de sustentação ao status quo da discriminação e não fórmulas mediadas que só servem para que periodicamente falemos daquilo que já conhecemos até ao cansaço, é o que pode garantir o cumprimento de novas normas nas relações internacionais e o logro da segurança econômica que se persegue.

Para todos esses efeitos, em todos os pontos pertinentes devem fixar-se exatamente os prazos para o sucesso das medidas estabelecidas. Estes são, Senhores Delegados, os pontos mais importantes que a delegação cubana queria fazer chegar até vocês. Deve assinalar-se que muitas das idéias que hoje se consagram ao ser expressas por organismos internacionais, pela análise precisa da situação atual dos países em desenvolvimento, apresentado pelo Secretário Geral da Conferência, senhor Prebish, e iniciativas apontadas por outros Estados (comércio com os países socialistas, obtenção de créditos com eles, necessidades de reformas sociais básicas para o desenvolvimento econômico etc.), foram preparadas e postas em prática por Cuba durante os cinco anos do governo revolucionário e lhe significaram ser vítima de condenações injustas e de agressões econômicas e militares aprovadas por alguns dos países que hoje as sustentam.

Basta recordar as críticas e condenações recebidas por nosso país por estabelecer relações de intercâmbio e colaboração com países fora de nosso hemisfério e ainda nessas precisas horas, a exclusão de fato do grupo regional latino-americano que se reúne sob os auspícios da Carta de Alta Gracia, isso é, a OEA, da qual Cuba está excluída.

Temos tratado os pontos fundamentais quanto ao comércio exterior, a necessidade das mudanças na política exterior dos países desenvolvidos frente aos subdesenvolvidos, e a necessidade de reestruturação de todos os organismos internacionais de crédito, financiamento e outros, pois é necessário realçar que não são condições suficientes para garantir um desenvolvimento econômico, mas que requerem outras medidas que Cuba, país subdesenvolvido, pôs em prática.

Como mínimo é necessário estabelecer controle do câmbio, impedindo as remessas de fundos ao estrangeiro ou limitando-as em grau considerável; o controle do comércio exterior por parte do Estado, a reforma agrária, a recuperação pela nação de todos os seus recursos naturais, o estímulo ao ensino técnico e outra medidas de reordenação interna imprescindíveis para iniciar o caminho de um desenvolvimento acelerado.

Cuba não aponta entre as medidas mínimas imprescindíveis a de que o Estado tome em seu poder todos os meios de produção, por respeito à vontade dos governos aqui representados; mas estima que essa medida contribuiria para solucionar os graves problemas em que se debatem, com maior eficiência e mais rapidez.

E os imperialistas ficarão de braços cruzados? Não. O sistema que praticam é o causador dos males que padecemos, mas tratarão de obscurecer as causas com alegações fraudulentas, em que são mestres. Tratarão de mediar a Conferência e desunir o campo dos países explorados oferecendo migalhas. Por todos os meios, tratarão de manter a vigência dos velhos organismos internacionais que também servem aos seus fins, oferecendo reformas que carecem de profundidade. Buscarão a forma de fazer a Conferência chegar a um beco sem saída e suspendê-la ou aplacá-la. Tratarão de que perca sua importância frente a outros eventos por eles convocados, ou que cheguem a um final sem definições concretas. Não aceitarão um novo organismo internacional de comércio, ameaçarão boicotá-lo e provavelmente o farão, tratarão de demonstrar que a atual divisão internacional do trabalho é benéfica para todos, qualificando a industrialização de uma ambição desmedida e perigosa. E, por último, alegarão que a culpa do subdesenvolvimento a têm os subdesenvolvidos.

Podemos contestar a essa última, que em certa medida, têm razão, e que a terão muito mais se não formos capazes de unirmos leal e decididamente para apresentar uma frente única dos discriminados e explorados.

As perguntas que desejamos fazer a esta assembléia são: - Seremos capazes de realizar a tarefa que a história nos demanda? - Terão os países capitalistas desenvolvidos a perspicácia política de aceder às demandas mínimas?

Se as medidas aqui indicadas não podem ser adotadas por essa Conferência e só se registra uma vez mais um documento híbrido impregnado de pronunciamentos vagos, repletos de fórmulas escapatórias; se não se eliminam as barreiras econômicas e políticas que impedem, tanto o comércio entre todas as regiões do mundo como a colaboração internacional, os países subdesenvolvidos seguirão enfrentando situações econômicas cada vez mais difíceis e a tensão no mundo pode aumentar perigosamente.

Em qualquer momento poderia surgir a "chispa" de uma conflagração mundial provocada pela ambição de algum país imperialista de destruir o campo dos países socialistas, ou por contradições insolúveis entre os próprios países capitalistas em um futuro não muito distante. Mas, além, crescerá cada dia com maior força o sentimento de rebeldia dos povos sujeitos a distintos níveis de exploração e se alçarão em armas para conquistar pela força os direitos que só o uso da razão não lhes permitiu obter.

Assim passa hoje com os povos da chamada Guiné Portuguesa e Angola, que lutam por libertar-se do jugo colonial, e com o povo do Vietnã do Sul que, com armas na mão, está pronto a sacudir o jugo do imperialismo e seus títeres. Saiba-se que Cuba apoia e aplaude a estes povos que disseram - Basta! - à exploração depois de esgotar todas as possibilidades de uma solução pacífica e que à sua magnífica demonstração de rebeldia vai nossa solidariedade militante.

Expressos os pontos fundamentais em que se baseia nossa análise da situação atual, expressadas as recomendações que consideramos pertinentes a esta Conferência e também, nossas apreciações sobre o futuro, de não se conseguir nenhum avanço nas relações comerciais entre os países - veículo idôneo para aliviar a tensão e contribuir ao desenvolvimento -, queremos deixar claro que nossa esperança é que se consiga o diálogo construtivo de que faláramos. A obter esse diálogo com benefícios para todos está encaminhado nosso esforço. A impulsar a unidade do campo dos países subdesenvolvidos do mundo para oferecer uma frente coesa, vão encaminhados nossos esforços. No êxito dessa Conferência estão postas também nossas esperanças, e as uniremos cordialmente às dos pobres do mundo, e aos países do campo socialista, pondo todas as nossas escassas forças ao serviço de seu triunfo.


Ernesto Guevara

Genebra, Suíça, 25 de Março de 1964.


Guevara discursando

Grafia original de Ernesto Che Guevara




Mensaje al hermano


Ahora serán las palabras, las más inútiles o las más elocuentes, las que brotan de las lágrimas o de la cólera; ahora leeremos bellas imágenes sobre el fénix que renace de las cenizas, en poemas y discursos se irá fijando para siempre la imagen del Che. También estas que escribo son palabras, pero no las quiero así, no quiero ser yo quien hable de él. Pido lo imposible, lo más inmerecido, lo que me atreví a hacer una vez, cuando él vivía: pido que sea su voz la que se asome aquí, que sea su mano la que escriba estas líneas. Sé que es absurdo y que es imposible, y por eso mismo creo que él escribe esto conmigo, porque nadie supo mejor hasta qué punto lo absurdo y lo imposible serán un día la realidad de los hombres, el futuro por cuya conquista dio su joven, su maravillosa vida. Usa entonces mi mano una vez más, hermano mío, de nada les habrá valido cortarte los dedos, de nada les habrá valido matarte y esconderte con sus torpes astucias. Toma, escribe: lo que me quede por decir y por hacer lo diré y lo haré siempre contigo a mi lado. Sólo así tendrá sentido seguir viviendo.

Julio Cortázar



Pequena Bibliografia de consulta
  • Guevara, Ernesto Che, Obras Escojidas 1957-1967, Ed. de Ciencias Sociales, La Habana, 1985, 2 tomos, 1350 págs. (em espanhol)
  • Guevara, Ernesto Che, Obra Revolucionaria, Ed. BRA, Ciudad de Mexico, 1967. (em espanhol)
  • Unión de Periodistas de Cuba, Che Periodista, Ed. Pablo de la Torriente, La Habana, 1988, 290 págs. (em espanhol)
  • Anderson, Jon Lee, Che Guevara, uma biografia, Ed. Objetiva, Rio de Janeiro, 1997, ed. ilustrada, 920 págs.
  • Rojo, Ricardo, Meu Amigo Che, Ed. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1968, ed. ilustrada, 195 págs.
  • Gadea, Hilda, Che Guevara, Años Decisivos, Ed. Aguilar, Ciudad de Mexico, 1972. (em espanhol)
  • Lavretsk, I., Ernesto Che Guevara, Ed. Progreso, Moscu, 1975. (em espanhol)

    Trechos originais de discursos de Che Guevara




    Caro Leitor, esperamos que a leitura dos textos publicados, em português e espanhol, e a audição de trechos de dois de seus discursos, tenham sido proveitosas, reflexivas e agradáveis. Nossa homenagem é parte das comemorações dos 30 anos de morte do Che - 1968/1998. Direitos Reservados ©.


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