Boletim da
Revista Práxis na Internet
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Projeto Joaquim de Oliveira
Maio de 2003 - Número 7
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EDITORIAL

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   Por hoje é isso. Espero que os textos sejam de seu agrado.
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Editoria  


A Batalha Decisiva da II Grande Guerra

Neste ano comemora-se os 60 anos da Batalha de Stalingrado, que mudou os rumos da II Guerra Mundial e iniciou a derrota do Nazismo. Em 1941, a Alemanha reuniu na invasão à URSS a mais poderosa força militar de toda a história humana. Somente no ataque a Stalingrado, grande cidade russa às margens do rio Volga, os nazistas reuniram milhões de soldados para tomar a região. Contavam também com a recusa dos governos norte-americano e inglês de abrir uma segunda frente de guerra contra os nazistas na Europa: não precisariam defender a retaguarda ocidental. As razões da invasão eram evidentes: antes da guerra, a região compreendia 45% de toda a população russa, um terço das indústrias, dois dos maiores rios do continente, o Don e o Volga, o petróleo do Cáucaso e quase a metade das terras férteis. Stalingrado resistiu e, apesar do massacre à população civil, impôs a maior derrota à Alemanha desde Napoleão em 1808. Se não fossem o Exército Vermelho e o povo soviético, o mundo seria desgraçadamente diferente. Disse o historiador inglês W. Shirer, um dos maiores especialistas mundiais em II Grande Guerra, presente no Tribunal de Nuremberg: "Se não fosse o Exército Soviético estaríamos todos falando alemão". 85% das baixas dos nazi-facistas durante toda a II Guerra deram-se no front soviético e foi o povo soviético e seu exército que resistiram e aniquilaram a maior ameaça à humanidade até então reunida. Muitos historiadores "explicam" a derrota nazista "culpando" o rigoroso inverno russo. Essa falsificação tornou-se comum e é repetida à exaustão. Façamos o seguinte cálculo: "a 2ª Guerra durou 7 anos, portanto 28 estações, das quais 23 estações temperadas ou quentes e apenas 5 invernos, além disso a Alemanha é tão fria quanto a Rússia".


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Ponto de Viragem da II Guerra Mundial

A Batalha de Stalingrado

A Luta
17 de julho a 19 de novembro de 1942

Na madrugada de 21 de agosto de 1942, o 6º Exército alemão, sob comando do aristocrático Marechal von Paulus, um dos estrategistas favoritos de Hitler, cruza o rio Don e inicia o ataque. Outra coluna mecanizada, comandada pelo General Wietersheim, alcança o Volga na tarde do dia 23, ao norte de Stalingrado. No mesmo dia, a força aérea nazista, a Luftwaffe, realiza um pesado bombardeio contra a cidade, matando 40 mil civis. Em 2 de setembro, o 4º Exército de tanques Panzer avança do sul. Stalingrado está totalmente cercada por terra. No dia 12, o General soviético V. Chuikov assume a defesa com o 62º Exército na primeira linha de fogo. Ajuda-o parte do 64º Exército do General M. Shumílov. Os alemães avançam para a colina Mamai e a Central da Estrada de Ferro. A luta invade a cidade em ferozes combates de rua que duraram dois meses. Uma idéia do nível da resistência à ocupação: uma única casa em escombros é defendida por um grupo civil liderado pelo sargento Y. Pávlov durante 58 dias. Os alemães apoderam-se do sul de Stalingrado. von Paulus desloca-se para os bairros industriais, ao norte. De 27 de setembro a 8 de outubro, suas tropas ocupam o monte Orlovka. Em 14 de outubro, os alemães lançam seu maior ataque, com 3 divisões de infantaria e tanques. À noite, após pesadas baixas, ocupam as fábricas. Após 30 de outubro, os invasores não conseguem manter a ofensiva, devido à resistência soviética. No início de novembro recomeçam o ataque, após ordens de Hitler. Este segundo esforço também fracassa. Os soviéticos lançam-se ao contra-ataque.

A Contra-Ofensiva Soviética
19 a 23 de novembro de 1942

As tropas soviéticas do Don e do Volga iniciam a contra-ofensiva na madrugada de 19 de novembro, usando mais de um milhão de soldados e milhares de tanques e aviões. Ao norte, os exércitos soviéticos da Frente do Don, sob comando do General K. Rokossovsk rompem o 3º Exército fascista romeno e chegam à retaguarda alemã. No dia 20, três exércitos liderados pelo General A. Eriómenko abrem passagem pelo sul através dos Exércitos romeno e Panzer ao encontro das tropas da Frente. No dia seguinte, tanques soviéticos apoderam-se das pontes do rio Don e fecham a última via de fuga. Quatro dias após iniciar a contra-ofensiva, as tropas conjuntas soviéticas cercam os Exércitos alemães, com mais de 300 mil soldados e oficiais nazistas. Hitler receia, mas Goering assegura que a Luftwaffe abastecerá as tropas por via aérea. Organiza-se um novo ataque para socorrê-las, sob ordens do Marechal von Manstein. O socorro é contido pelos soviéticos numa ofensiva contra o 8º Exército fascista italiano, em Kotélnikovo.

A Vitória Soviética
10 de janeiro a 2 de fevereiro de 1943

Encurralados, os nazistas recebem ordem de combater "até o fim". Em 8 de janeiro, os alemães são intimados à rendição, porém Hitler a proíbe. No dia seguinte, os soviéticos lançam-se ao ataque com 5 mil canhões e lança-foguetes. Os nazistas não podem conter a investida, perdendo todos os aeroportos e vias terrestres. Apesar das ordens de Hitler, é impossível resistir. No dia 2 de fevereiro os soviéticos alcançam a vitória. Centenas de milhares de soldados de elite nazistas são aprisionados, alemães, italianos, romenos, turcos e de outros países nazi-facistas, tendo à frente 24 Generais e o Marechal von Paulus. Morreram 1,5 milhões de soldados nazistas. Após a derrota, a Alemanha não pode mais manter o esforço de guerra, sua derrota final é uma questão de tempo.

Néliton Azevedo
Retirado do Jornal "Oficina de Idéias", 2002, Inhapim, Minas Gerais, Brasil
www.oficinadeideias.cjb.net
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Carta a Stalingrado

Carlos Drummond de Andrade

Stalingrado...
Depois de Madri e de Londres, ainda há grandes cidades!
O mundo não acabou, pois que entre as ruínas
outros homens surgem, a face negra de pó e de pólvora,
e o hálito selvagem da liberdade
dilata os seus peitos, Stalingrado,
seus peitos que estalam e caem
enquanto outros, vingadores, se elevam.

A poesia fugiu dos livros, agora está nos jornais.
Os telegramas de Moscou repetem Homero.
Mas Homero é velho. Os telegramas cantam um mundo novo
que nós, na escuridão, ignorávamos.
Fomos encontrá-lo em ti, cidade destruída,
na paz de tuas ruas mortas mas não conformadas,
no teu arquejo de vida mais forte que o estouro das bombas,
na tua fria vontade de resistir.

Saber que resistes.
Que enquanto dormimos, comemos e trabalhamos, resistes.
Que quando abrirmos o jornal pela manhã teu nome (em ouro oculto) estará firme no alto da página.
Terá custado milhares de homens, tanques e aviões, mas valeu a pena.
Saber que vigias, Stalingrado,
sobre nossas cabeças, nossas prevenções e nossos confusos pensamentos distantes
dá um enorme alento à alma desesperada
e ao coração que duvida.

Stalingrado, miserável monte de escombros, entretanto resplandecente!
As belas cidades do mundo contemplam-te em pasmo e silêncio.
Débeis em face de teu pavoroso poder,
mesquinhas no teu esplendor de mármores salvos e rios não profanados,
as pobres e prudentes cidades, outrora gloriosas, entregues sem luta,
aprendem contigo o gesto de fogo.
Também elas podem esperar.

Stalingrado, quantas esperanças!
Que flores, que cristais e músicas o teu nome nos derrama!
Que felicidade brota de tuas casas!
De uma apenas resta a escada cheia de corpos;
de outras o cano de gás, a torneira, uma bacia de criança.
Não há mais livros para ler nem teatros funcionando, nem trabalho nas fábricas,
todos morreram, estropiaram-se, os últimos defendem pedaços negros de parede,
mas a vida em ti é prodigiosa e pulula como insetos ao sol, ó minha louca Stalingrado!

A tamanha distância procuro, indago, cheiro destroços sangrentos,
apalpo as formas desmanteladas de teu corpo,
caminho solitariamente em tuas ruas onde há mãos soltas e relógios partidos,
sinto-te como uma criatura humana, e que és tu, Stalingrado, senão isto?
Uma criatura que não quer morrer e combate,
contra o céu, a água, o metal a criatura combate,
contra o frio, a fome, a noite, contra a morte a criatura combate,
e vence.

As cidades podem vencer, Stalingrado!
Penso na vitória das cidades, que amarão e se defenderão contra tudo.
Em teu chão calcinado onde apodrecem cadáveres,
a grande Cidade de amanhã erguerá a tua Ordem.

Poema retirado do livro "A Rosa do Povo", 1945, Ed. José Olympio.

 
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